SinopseComo se constrói um mito? Luta é um espetáculo criado para e com Teuda Bara. Visitando suas memórias, a atriz, em cena, ficcionaliza sua trajetória, cria imagens, conta casos e elege a luta como alegoria para o teatro e a própria vida. O espetáculo tem dramaturgia e direção compartilhadas entre Marina Viana, Cléo Magalhães e João Santos, autor do livro Teuda Bara: comunista demais para ser Chacrete.
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Sinopse: Morte e Vida Severina mostra a saga de um retirante nordestino que, como tantos brasileiros, viaja do sertão ao litoral em busca de melhores condições de vida. A história de Severino, contada por meio de versos na obra-prima de João Cabral de Melo Neto, foi adaptada para os quadrinhos pelo cartunista Miguel Falcão e é retratada nesta animação 3D. O desenho animado preserva o texto original e, fiel à aspereza da narrativa e aos traços dos quadrinhos, dá vida aos personagens do livro publicado em 1956.
Psicanálise na UTI - morte, vida e possíveis da interpretação retoma a entrada da autora, Fernanda Sofio, na psicanálise, em seu primeiro estágio pós-universitário, ocasião em que foi psicóloga em UTIs de adulto de um hospital geral universitário. Essa experiência já havia sido ressignificada ao longo de seu mestrado em psicologia pela PUC-SP em sua dissertação, defendida em 2007. Nesse sentido, o livro ora publicado parte do - e se movimenta pelo - debruçamento da autora sobre camadas de sua própria experiência, um trabalho realizado em temporalidade après-coup.
A leitura desse belo e cuidadoso trabalho indica que a passagem da psicanálise (moribunda) na UTI para a psicanálise (potente) da UTI só é possível se houver disponibilidade para a tomada de contato com a morte; dessa perspectiva, morte que traz vida. Não é aleatória a menção que a autora faz à Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, quando analisa o paciente triplo. Afinal, é sempre disso que se trata.
O retirante acredita que o motivo para o lugar estar tão vazio é que a terra é tão rica que não é preciso trabalhar todo dia. Ele crê ter chegado em um lugar onde a morte abranda e a vida não é severina.
Decerto a gente daquijamais envelhece aos trintanem sabe da morte em vida,vida em morte, severina;e aquele cemitério ali,branco na verde colinadecerto pouco funcionae poucas covas aninha
No momento em que Severino está num cais pensando em tirar a própria vida, ele encontra José, um morador do mangue. O que se passa é um diálogo sobre a vida miserável que se experiencia no sertão e nos mangues de Recife. Na conversa se fala da morte que, por mais que seja anunciada, parece ser adiada para se viver mais dias de sofrimento.
No livro vida Vidas Secas, Graciliano Ramos mostra a pobreza acentuada no Brasil e a desigualdade, mostrando o protagonista Fabiano lutando para sustentar sua família e fugir da seca, sempre submissão...
No livro ''Vidas Secas'' do romancista Graciliano Ramos, mostra a vida de retirantes se deslocando de tempos em tempos para fugir da fome e miséria.Essa obra literária não foge muito da triste realida...
A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstói, discorre a respeito do individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre os problemas socias d...
A temática está centrada na trajetória de Severino, um retirante nordestino, que abandona o sertão rumo ao litoral em busca de sobrevivência. O autor deixa claro que não fala de um só Severino, mas de um grande grupo: os retirantes nordestinos, que têm todos a mesma sina, a morte e a vida severina: "Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida".
3 Sumário Morte e vida severina, ano 60 Antonio Carlos Secchin Morte e vida severina O gênio nasce Chico Buarque de Holanda Na emoção, atirei o boné Alceu Amoroso Lima Cronologia Bibliografia do autor Bibliografia selecionada sobre o autor crédito das imagens
7 tenham renegado os da velhice Ficou célebre a frase com que Murilo Mendes encerrou a apresentação de suas Poesias, de 1959, justificando as numerosas alterações efetuadas nos textos das edições originais: Não sou meu sobrevivente, e sim meu contemporâneo. Em João Cabral a questão é um pouco mais complexa. No caso de Murilo, a diacronia pareceu de sarmar o conflito mediante a supressão de textos considerados obsoletos ou excessivamente tributários das tribos de Já no autor pernambucano temos a presença simultânea de dois padrões poéticos que geram práticas textuais bastante diferenciadas. Refiro-me às famosas Duas águas, título de volume publicado em 1956 e em cujas orelhas, não assinadas, o próprio João Cabral esclarece: de um lado poemas para serem lidos em silêncio [ ] cujo aprofundamento temático [ ] exige mais do que leitura releitura; de outro lado, poemas para auditório, numa comunicação múltipla, poemas que, menos que lidos, podem ser ouvidos. O texto que inaugurava a segunda água era, exatamente, Morte e vida severina. A obra trava um complexo diálogo com as fontes cultas e populares da literatura espanhola, abastecendo- -se também no rico manancial do folclore nordestino. E é justamente essa reciclagem do antigo que acaba tornando-se, paradoxalmente, um dos fatores de renovação da poesia de João Cabral, que injeta doses maciças de veio crítico nesse seu aproveitamento das formas da tradição. 10
8 Morte e vida foi classificado pelo autor como um auto de Natal pernambucano, mas a transposição do mito de nascimento de Cristo ocorre, no poema, pela atenuação ou perda dos componentes laudatórios-religiosos do discurso cristão. Ainda assim, preservam-se ostensivos traços de convergência entre a matriz da narrativa cristã e a apropriação que dela fez João Cabral. Em ambas, o pai da criança se chama José, é carpinteiro e morou na cidade de Nazaré; há também os vizinhos e seus presentes, que correspondem aos dos reis magos. Nessa releitura laica da chegada do menino-deus, a esperança, embora precária, encontra-se no território humano: será pelo universo do trabalho que o recém- -nascido poderá algum dia redimir-se. Severino empreende um périplo em direção à vida, representada, no Recife-ponto-final do percurso, pela cena do nascimento. A morte, porém, é sua renitente companheira de viagem, insinuando ao retirante a frágil condição de seu aluguel com a vida, na medida em que ele, desde o berço, já se encontra predestinado à morte severina: que é a morte de que se morre/ de velhice antes dos trinta,/ de emboscada antes dos vinte,/ de fome um pouco por dia. Tanto na origem da travessia, nos limites da Paraíba, quanto em todos os cenários subsequentes, Severino se defronta com a onipresença da morte, ora consumada, como no funeral de um lavrador ( Essa cova em que estás,/com palmos medida,/ é a conta menor/ 11
9 que tiraste em vida./ É de bom tamanho,/ nem largo nem fundo./ É a parte que te cabe/ deste latifúndio ), ora potencial, conforme declara uma rezadeira, para quem cantar a morte representa o ofício mais rentável da região ( as estiagens e as pragas/ fazem-nos mais prosperar;/ e dão lucro imediato;/ nem é preciso esperar/ pela colheita: recebe-se/ na hora mesma de semear ). João Cabral utiliza a ironia como arma certeira para opor-se ao transbordamento sentimental. O leitor é atingido pela crueza dos quadros descritos sem que sejam necessários os excessos verbais comumente advindos de um paternalismo piedoso. Em uma cena passada no Recife o diálogo entre os dois coveiros que comparam a transatlânticos os caixões dos bem-nascidos (ou bem-morridos, eu diria) o tom beira o sarcasmo. Os coveiros equiparam as alas dos ricos a bairros de belas avenidas, pois nem sequer a morte elimina a ocupação seletiva do (sub)solo; ao contrário, ela duplica, mesmo sob sete palmos, as barreiras sociais erguidas acima da terra. Adiante, quando do nascimento da criança, apesar do clima festivo, ressoa a fala talvez involuntariamente cruel de um vizinho: Minha pobreza tal é/ que não tenho presente melhor:/ trago papel de jornal/ para lhe servir de cobertor;/ cobrindo-se assim de letras/ vai um dia ser doutor. Em sua obra convivem, numa tensão jamais apaziguada, a primeira água de um Cabral cerebral e a segunda água de um João do chão. Num e noutro, o imperativo 12
13 Quando escrevi Morte e vida severina, tinha a impressão de que seria uma coisa tão popular quanto os romances do Nordeste, os romances de cordel. Quando o livro saiu, vi que quem me elogiava eram os intelectuais. Eu lembro do entusiasmo de Vinicius de Moraes. Eu disse: Vinicius, não escrevi para você! Para você, escrevi outras coisas!. Eu tinha a impressão de que estava escrevendo aquele poema para o povo. Quase me danei (trecho da entrevista dada por João Cabral de Melo Neto a Geneton Moraes Neto, 1986)
Falando agora de filmes nacionais contemporâneos, vale a pena citar A vida invisível, baseado no livro A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha. A história acompanha duas irmãs, Eurídice e Guida. Cariocas na década de 1940, elas lidam juntas com as frustrações de viverem em um lar conservador e um regime patriarcal.
O filme baseado no livro Capitães da areia, de Jorge Amado, foi dirigido por Cecília Amado (neta do escritor). A narrativa acompanha a vida dos Capitães de Areia, meninos sem família, que vivem à própria sorte nas ruas de Salvador.
E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). 2ff7e9595c
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